Os homens dos pergaminhos arrastavam-na pela rua. Vinha quase nua. Suja, ferida, cabisbaixa. Ferida. Eles traziam pedras nos bolsos para atirarem a ela e ao Mestre. Principalmente ao Mestre. Empurraram a pecadora para perto dele e fecharam o círculo dos juízes impolutos, prontos a derramar sangue pecador. O apedrejamento ia começar.
- Que dizes tu disto? – apontando eles o dedo indicador para a mulher, que soluçava prostrada na terra. Silêncio. O Mestre nada disse. Escrevia algo no pó da terra. Pensavam consigo que finalmente o tinham desmascarado. Apanharam-no. - Não respondes? Não vais cumprir com o que dizem os Pergaminhos? – insistiam eles, gritando. Pacientemente, O Mestre levantou-se. - Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra contra ela. – inclinou-se novamente e continuou a escrever na terra. Silenciosamente os mais velhos começaram a sair. Depois os mais novos. Saíram todos. Ficou a mulher sozinha com O Mestre. - Ninguém te condenou? - Ninguém, Senhor. - Nem eu te condeno. – disse Ele ajudando-a a levantar-se pelo braço - Vai-te e não peques mais. A mulher, como que removendo todas as pedras da sua existência, renasceu. Saiu dali irradiando alegria. Sentia-se limpa, curada e perdoada. Curada. (Baseado em João 8:3-11) Comments are closed.
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January 2016
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