Jesus "porém, passando pelo meio deles, retirou-se” (Lucas 4:30) Existem muitas passagens bíblicas que me impressionam pela grandeza e majestade que revelam acerca de Jesus aqui na terra, mas esta de Lucas é assombrosa, quer pela clara demonstração da supremacia de Cristo, quer pela evidência da pequenez humana e da miséria das suas loucas intenções. Depois de Jesus ter lido o profeta Isaías na Sinagoga, dizendo que o Espírito do Senhor seria sobre um homem ungido, que iria evangelizar os pobres, curar e libertar os cativos e oprimidos, dar vista aos cegos e anunciar o ano aceitável do Senhor, Jesus cerrou o Livro e disse que esta profecia, se tinha cumprido naquele dia nele próprio. Jesus Cristo era esse Homem que faria tais coisas admiráveis. Os sacerdotes, os doutores e interpretadores da Lei, os fariseus e todos os que estavam na Sinagoga ao ouvirem isto, em vez de ficarem contentes e louvarem a Deus, ficaram enfurecidos e resolveram matá-lo. Expulsaram o que dizia ser O Cristo da Sinagoga e da cidade e, levando-o até ao cume de um monte, queriam atirá-lo dali para o matarem. Quando já estavam no alto do monte, lemos que Jesus “passando pelo meio deles, retirou-se.” Alguém disse que Jesus passou “majestosamente” pelo meio deles. Gosto dessa inferência. Não foi só O Homem perfeito que passou calmamente pelo meio deles, foi também O soberano Deus. Os homens intentavam matá-lo, mas estava diante deles aquele que tinha todo o poder no céu e na terra. Os cegos religiosos ficaram paralisados diante da passagem majestosa do Messias. Este episódio demonstra que Jesus esteve sempre no controlo soberano de todas as coisas. Ainda não era o tempo para O Cristo ser morto. O ungido morreria sim, mas não seria quando os homens desejavam, aconteceria somente quando a hora que Ele próprio determinou tivesse chegado. Era tempo para caminhar em direcção ao Gólgota e nesse trajecto salvar, curar e libertar a muitos. Era tempo para cumprir as Escrituras sagradas. Ainda hoje, O Jesus Cristo que caminhou para a cruz e morreu pelos nossos pecados, que ressuscitou e ascendeu ao céu, continua a ter tempo para salvar, curar e libertar quem a Ele quiser ouvir e receber. Ele não só quer passar por nós, mas principalmente deseja fazer parte das nossas vidas. O "ano aceitável do Senhor" também é hoje. Hoje é o dia aceitável para crer nele. Já tenho ouvido dizer que o sabor da água é todo igual. Não importa a marca ou a fonte, para muitos, a água sabe sempre a água. Mas para mim, o sabor das águas é sempre diferente. A Luso é diferente da Serra da Estrela e a Evian não é igual à Vitalis. As águas Pedras Salgadas são diferentes das Vidago e as Castello muito diferentes das Perrier. Isto para não falar do sabor da água viva. Não, não estou a falar de Medusas ou alforrecas, falo da água viva que sacia a sede espiritual. Basta provar uma gota desta água celestial que se percebe logo a diferença. Quem verdadeiramente prova a água viva que só Jesus tem e dá, fica plenamente satisfeito. É deveras importante a correlação gradativa que Deus estabeleceu para germinar a fé salvítica. Leiamos primeiro os versículos da Carta de Paulo aos Romanos (10:13-15): "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!" Um indivíduo só será salvo se invocar o nome de Deus. Para invocar a Deus, tem que receber fé, a fé que vem dele para nele crer. Para alguém crer em Deus e ser salvo, precisa também de ouvir. Tem que ouvir aquele que prega a salvação de Deus, baseada na sua Palavra. Só prega o Evangelho eficazmente quem é obediente ao chamado de Deus. A mensagem do pregador enviado produz paz quando, ao anunciar as coisas boas de Deus, são aceites. Se por um lado é verdade que Deus pode salvar como e quem Ele quiser - a salvação é algo que só a Ele pertence -, o "processo normal" da fé salvítiva sobrevir, está na relação indissolúvel destes 4 verbos: pregar, ouvir, crer e invocar. Não pode haver invocação sem crença e não pode haver fé sem pregação da Palavra. Podemos dizer que na esfera da graça de Deus abundam sempre estas boas coisas. |
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