Já há algum tempo que o jovem limoeiro do nosso pequeno jardim nos presenteia com belos limões. Um limoeiro pode demorar cerca de 4 anos antes de começar a produzir bons frutos. Os bons frutos exigem tempo. Tempo e cuidado. Os frutos na vida também. Há que ter paciência, amor e perseverança. Reflexão. A ponderação requer tempo e dá trabalho. Não é por acaso que existe tanta superficialidade e futilidade de ideias e atitudes na nossa sociedade apressada. Falta-nos tempo para silenciar, ouvir, esperar. Escutar Deus e a sua Palavra. Os bons frutos nem sempre são os maiores e nunca são imediatos. Os frutos espirituais brotam lenta e naturalmente da nossa relação vital com Cristo. Quando estamos bem conectados, atentos, dedicados, pacientes, esperançosos n'Ele, os frutos sempre surgirão. Seja no jardim, na família, no trabalho, na igreja ou na nossa própria vida. Que tipo de frutos você está a produzir? As cargas deste mundo apertam-nos. Quem segue a Palavra de Deus sabe que vão surgir aflições. Quando cremos que Deus em Cristo venceu as cargas deste mundo, as coisas que nos sobrecarregam continuarão a pesar, mas brota um descanso e um ânimo interior. Deus cuida sempre dos seus filhos. Ele é mais forte que a carga mais pesada. Na sua misericórdia e poder, Deus pode remover instantaneamente o que nos aflige. Ou então, conservar essas cargas por mais algum tempo, como lembrança que não somos daqui e que devemos continuar a caminhar dependendo mais dele do que de nós próprios. É o próprio Jesus que nos sussurra hoje ao ouvido: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33). "Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer." (Daniel 6:10) Quando Daniel soube que o Rei Dario tinha proibido a oração a Deus, ele continuou a orar três vezes ao dia. Daniel orava assim, não propriamente para contrariar ou desafiar as leis que alguns homens invejosos impuseram ou tampouco orou para ser poupado dos leões esfomeados. Ainda que a sua oração tivesse efeito, tanto nas leis malignas do Rei, como terá contribuído para fechar a boca aos leões, Daniel orou persistentemente porque a intimidade e a dependência de Deus eram a prática real e principal da sua vida. Daniel não começou a orar quando os problemas apertaram na sua vida, ele orou "como também antes costumava fazer". A motivação principal da oração de Daniel não era ele próprio nem contra aqueles que o afligiam. A causa era Deus, a Sua comunhão e Sua vontade. Quais são as motivações das nossas orações? A vida tem muitos sobressaltos. O imprevisto mexe sempre connosco. Aqueles contratempos que interrompem a nossa caminhada rotineira e que nos surpreendem negativamente. Surgem dores repentinas, é um telefonema da escola do filho a dizer que teve um acidente, litígios e discussões com que não contávamos, objectos importantes que perdemos, coisas que se quebram, tropeços que nos derrubam. Alguns, certamente que serão meros factos circunstanciais, mas também podem ser sinais. Sussurros divinos. Podem ser toques da mão amorosa de Deus no nosso ombro. Mas quem é que gosta de acidentes? Ninguém gosta de esmurrar o carro novo (ou velho!), ou de tropeçar e partir o nariz. Ninguém se alegra com uma repentina dor de dentes. Quem gosta de acordar com um alarme que toca? Ou de despertar com um telefonema que nos põe o coração a explodir? É bom contar e estar preparado para o imprevisto. Acima de tudo, reconhecer o soberano Deus também nessas circunstâncias. Muitas vezes Ele usa esses "percalços" - graves transtornos, do nosso ponto de vista -, para despertarmos e crescermos um pouco mais. Às tantas não são acidentes, são oportunidades celestiais. Já tenho ouvido dizer que o sabor da água é todo igual. Não importa a marca ou a fonte, para muitos, a água sabe sempre a água. Mas para mim, o sabor das águas é sempre diferente. A Luso é diferente da Serra da Estrela e a Evian não é igual à Vitalis. As águas Pedras Salgadas são diferentes das Vidago e as Castello muito diferentes das Perrier. Isto para não falar do sabor da água viva. Não, não estou a falar de Medusas ou alforrecas, falo da água viva que sacia a sede espiritual. Basta provar uma gota desta água celestial que se percebe logo a diferença. Quem verdadeiramente prova a água viva que só Jesus tem e dá, fica plenamente satisfeito. |
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January 2016
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